Agência de classificação cometeu erro de cálculo de R$ 3,1 tri, dizem EUA
8/06/2011 09:25:00 AMRichard Caique de Oliveira
A agência de classificação de riscos Standard & Poor’s (S&P) cometeu um erro de R$ 3,1 trilhões (US$ 2 trilhões) em seus cálculos para rebaixar a nota da dívida americana, segundo o Departamento do Tesouro.
Em declarações publicadas na edição digital do diário The Wall Street Journal, um porta-voz do Departamento do Tesouro afirmou que “um julgamento errado por um erro de US$ 2 trilhões fala por si só”. Nesta sexta-feira (5), a agência reduziu a nota de crédito do país de AAA para AA+ (foi a primeira redução da nota na história do país).
Em comunicado, a Standard & Poor’s indicou que o rebaixamento da nota dos EUA foi decidido porque a “consolidação fiscal” aprovada pelo Congresso e é inferior ao necessário para estabilizar “a dinâmica da dívida” do governo no médio prazo. O Tesouro, por sua vez, informou que avisou ainda ontem a agência sobre o erro - que elevava as projeções do endividamento futuro do país.
A agência já vinha alertando o governo americano sobre o rebaixamento nas últimas semanas. Ainda no comunicado, a S&P sugere que qualquer plano efetivo de redução do endividamento exigirá cortes de ao menos R$ 6,3 trilhões (US$ 4 trilhões) em 10 anos. O plano acertado entre o governo de Barack Obama e o Congresso prevê um corte menor, de R$ 3,8 trilhões (US$ 2,4 trilhões).
Os órgãos reguladores financeiros dos EUA publicaram nesta sexta-feira um comunicado dirigida aos bancos, no qual afirmam que nada mudará com a redução da nota. O texto diz que o risco de não pagamento (calote) dos títulos da dívida do Tesouro e de outros títulos garantidos pelo governo nada mudará.
Classificação de risco
Nota de crédito - ou “rating” - é uma avaliação feita por agências de classificação sobre a capacidade de uma empresa ou um país de pagar suas dívidas e honrar seus compromissos financeiros - e o eventual risco de que não cumpram esses compromissos. Ou seja, é uma nota sobre a qualidade do crédito de um país.
A nota - dada na forma de letras e sinais de “positivo” ou “negativo” - é levada em conta por investidores, que procuram países ou empresas que tenham as classificações mais altas, tomadas como indicadores de que não levarão calote.
As principais agências de classificação de risco são Standard & Poor’s, Moody’s e Fitch. Os analistas dessas agências consideram indicadores macroeconômicos, a situação financeira do país ou da empresa e a situação da economia global.
A nota então é atribuída aos títulos de dívida soberanos (no caso de um país), lançados no mercado como forma de captar recursos. Os investidores avaliam se o título é “bom” (ou seja, com baixo risco de calote) por meio da nota dada pelas agências de classificação.
Ainda no caso da nota de crédito de um país, as melhores avaliações são conhecidas como “grau de investimento” - ou seja, indicador de que o dinheiro emprestado a um país por meio da compra de títulos soberanos será pago.
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