
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abriu o dia em alta, na tentativa de se afastar dos 62 mil pontos e de uma nova pontuação mínima no ano, mas não conseguiu sustentar os ganhos. Por volta das 17 horas, o Ibovespa, principal índice da Bolsa, operava em queda de 0,65%, aos 62.434 pontos. No mercado de câmbio, o dólar comercial fechou em alta de 0,31%, cotado a R$ 1,615 na venda.
Para analistas, a queda da Bovespa nesta tarde reflete indicadores ruins da economia dos Estados Unidos e o ambiente de fragilidade do mercado brasileiro. “Nos EUA, apenas os dados de seguro desemprego foram positivos. Aqui dentro, ainda há incertezas em relação à postura do governo diante da inflação,” comenta o estrategista-chefe da SLW Corretora, Pedro Galdi.
Nesta quinta-feira, a Bolsa brasileira também é pressionada pela que das ações da Petrobras, penalizadas pela queda do petróleo. Por volta de 16h50, os papéis preferenciais da petrolífera caíam 1,58%, a R$ 23,72. No mesmo horário, as ações da OGX perdiam 1,41%, a R$ 14,69.“Hoje temos as mesmas incertezas de quando a bolsa estava perto dos 70 mil pontos. Há preocupações com a Grécia, com a inflação e a possibilidade de o governo implementar novas medidas. O mercado está sem fôlego. Estamos precisando de uma boa notícia interna,” acrescentou Marcio Cardoso, diretor da Título Corretora.
Na opinião de Márcio, o mercado de ações brasileiro deverá continuar com fortes oscilações por alguns meses. “Enquanto não enxergarmos um fluxo de estrangeiros efetivamente vindo para a Bovespa e enquanto não enxergarmos que o que tem sido feito pelo governo irá, de fato, trazer a inflação para a meta, devemos ter essa volatilidade.”
Ele acrescenta que apesar do saldo de aplicações de investidores estrangeiros na Bolsa estar positivo, ainda não é possível ver uma tendência de volta. “Além disso, logo muitos investidores de fora estarão de férias, o que já tende a diminuir um pouco o aumento dos negócios aqui.”
A equipe de analistas do BB Investimentos avalia, em relatório, que as incertezas sobre o cenário mundial têm deixando os investidores mais sensíveis, dando preferência por operar mais voltados para ganhos no curtíssimo prazo na Bolsa. Operadores das mesas de renda variável acrescentam que a pressão vendedora acentua-se nas horas finais de pregão, com clara sinalização de capital estrangeiro e menor disposição para posicionamentos mais alavancados.
"O Ibovespa tem respeitado sua resistência em torno dos 64 mil pontos e ainda está em tendência de baixa (bear market), mas com forte suporte em torno dos 61 mil pontos, piso que marcaria um divisor de águas", comentam os analistas capitaneados pelo estrategista Ney Katayama, do BB Investimentos.
Com isso, enquanto o cenário macroeconômico brasileiro e internacional não ficarem menos turvos, a tendência é que a Bovespa siga à espera de notícias que possam estimular os negócios.
Com isso, enquanto o cenário macroeconômico brasileiro e internacional não ficarem menos turvos, a tendência é que a Bovespa siga à espera de notícias que possam estimular os negócios.
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