"Nada pode parar a internet", disse o presidente da França, Nicolas Sarkozy, hoje na abertura o e-G8, encontro entre grandes empresas de internet e comunicação, realizado em Paris. Durante dois dias, convidados como Mark Zuckerberg, criador do Facebook, Andrew Mason, fundador do Groupon, Sean Parker, que entre outras coisas inventou o Napster, Jimmy Wales, da Wikipidia e Rupert Murdoch, presidente do conglomerado de empresas de comunicação News Corp, irão discutir assuntos ligados à regulação da rede.

A reunião acontece pouco depois que as redes sociais se destacaram no cenário político mundial, impulsionando manifestações pró-democracia em países árabes. "A internet dá a dimensão da credibilidade da democracia ou a escala da vergonha de uma ditadura.", complementou Sarkozy. Mas é seguida também de casos polêmicos sobre vazamento de dados e questões de privacidade.

Por isso, houve espaço para que o presidente francês declarasse uma lista de perigos da rede, desde o risco de se criar um monopólio da informação a possíveis ataques de ciberterrorismo, e a necessidade de uma regulação.

"A tecnologia é mais rápida que os governos", disse o executivo do Google, Eric Schimidt, no debate seguido ao discurso de Sarkozy. Para Schimidt, a velocidade da rede e suas transformações cria "desejos antes mesmo de compreender as consequências da tecnologia".

As propostas de regulação de internet na Europa criaram uma série de protestos na França e Espanha. A Lei Hadopi, proposta pelos políticos franceses, e a Sinde, por espanhóis, quer penalizar com bloqueio da rede quem for descoberto fazendo downloads ilegais.