Defesa pedirá liberdade de promotora suspeita de envolvimento no mensalão do DEM
4/20/2011 05:43:00 PMRichard Caique de OliveiraOs advogados de defesa da promotora de Justiça Deborah Guerner, acusada de participar do suposto esquema de corrupção conhecido por mensalão do DEM, entrarão ainda nesta quarta-feira (20) com pedido de liberdade dela e do marido, Jorge Guerner. O casal foi preso em casa na manhã de hoje, segundo informação da Polícia Federal.
A Justiça Federal expediu o mandado de prisão preventiva para “assegurar a colheita de provas no processo”. A juíza Mônica Sifuentes, do TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1º Região), considerou que a promotora e seu marido, mesmo depois de iniciado o processo judicial, continuavam a atrapalhar as investigações.
Segundo o advogado de defesa, Luiz Rossi, o pedido de liberdade, chamado juridicamente de habeas corpus, será protocolado no STJ (Superior Tribunal de Justiça). Débora e o marido foram presos tão logo chegaram de uma viagem à Itália. De acordo com Rossi, sua cliente tinha liberdade para viajar ao exterior sem necessidade de autorização da Justiça.
O casal está preso na Superintendência da Polícia Federal em Brasília. O local não tem celas, por isso eles ficarão em salas separadas, semelhantes à que abrigou por dois meses o ex-governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (ex-DEM), quando foi preso em decorrência da operação Caixa de Pandora.A expectativa inicial é de que Jorge Guerner, por não possuir foro privilegiado como a mulher, seria levado para o complexo penitenciário da Papuda. Porém, segundo a Polícia Federal, o local não apresentou “condições técnicas” para receber Guerner, que possui curso superior e, por isso, demandaria cela especial.
Acusação
A promotora é suspeita de atuar junto ao ex-procurador-geral de Justiça do Distrito Federal Leonardo Bandarra para proteger o ex-governador José Roberto Arruda. A principal acusação de que teriam exigido R$ 2 milhões para ocultar vídeo em que o ex-governador Arruda recebe um maço de dinheiro do delator do esquema, o ex-secretário Durval Barbosa.
Em um vídeo divulgado pela PF, Bandarra e Guerner aparecem na casa da promotora possivelmente discutindo o andamento do pedido de propina. Em outro trecho, o marido de Deborah coloca maços de dinheiro em um cofre. Após uma operação de busca e apreensão na casa, a polícia encontrou o cofre enterrado no quintal.
No dia 6 de abril, o CNPM (Conselho Nacional do Ministério Público) suspendeu o julgamento que analisaria a demissão de Deborah e Bandarra dos quadros do Ministério Público pelos crimes de violação de sigilo funcional, recebimento de propina e tentativa de achaque. Agora, o caso deve ser novamente avaliado no dia 17 de maio.
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